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📄 Saiba mais sobre o uso do hífen
Emprego do Hífen
O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente, sugerindo a ideia de união semântica. As regras de emprego do hífen são muitas, o que faz com que algumas dúvidas só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário.
Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o seu uso, ao observarmos algumas orientações básicas.
Conheça os casos de emprego do hífen (-):
1) Na separação de sílabas.
Exemplos:
-
vo-vó;
pás-sa-ro;
U-ru-guai.
2) Para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos e à palavra "eis".
Exemplos:
deixa-o;
obedecer-lhe;
chamar-se-á (mesóclise);
mostre-se-lhe (dois pronomes
relacionados ao mesmo verbo);
ei-lo.
3) Em substantivos compostos, cujos elementos conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único.
Exemplos:
médico-cirurgião, norte-americano, etc.
Obs.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se sem hífen: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
4) Em compostos nos quais o primeiro elemento é numeral.
Exemplos:
primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-tenente, segunda-feira,
quinta-feira, etc.
5) Em compostos homogêneos (contendo dois adjetivos, dois verbos ou elementos repetidos).
Exemplos:
técnico-científico, luso-brasileiro; quebra-quebra, corre-corre, reco-reco, blá-blá-blá, etc.
6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão, ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigos.
Exemplos:
Grã- Bretanha, Grão -Pará;
Passa-Quatro, Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes;
Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios,
Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Obs.: os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, etc. O topônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
7) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.
Exemplos:
couve-flor, erva-doce, feijão-verde, erva-do-chá,
ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (planta),
andorinha-grande, formiga-branca, cobra-d'água,
lesma-de-conchinha, bem-te-vi, etc.
Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido: bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen) e bico de papagaio (deformação nas vértebras, sem hífen).
8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem.
Exemplos:
além-mar, aquém-fontreiras, recém-nascido, sem-vergonha.
9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos:
anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliotecário, tele-entrega, etc.
10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que formam não uma palavra, mas um encadeamento vocabular:
Exemplos:
A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
A ponte Rio-Niterói;
A ligação Angola-Moçambique;
A relação professor-aluno.
11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, tais como -açu, -guaçu e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentuada graficamente, ou por tônica nasal.
Exemplos:
Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mirim, cajá-mirim, etc.
12) Usa-se hífen com o elemento mal antes de vogal, h ou l.
Exemplos:
mal-acabado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.
13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo naquelas já consagradas pelo uso.
Exemplos:
café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, tomara que caia.
Locuções consagradas:
água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.